
os dias que tocam com um dedilhar a imaginação
levam por vezes a pensar na infinita equação
que rege um suave toque proximo de masturbação
o sentido perde-se enquanto tentamos afincadamente
procurar o x que determina o principio do fim
enquanto aleatoriamente lançamos valores inconstantes para o y
julgamos tudo banal e achamos a democracia correcta
enquanto ouvimos Marceneiro no seu improvisar de uma vida
a garganta toca com outras notas
e a viola canta com cordas gastas
o sentido torna-se unico
como o discurso surdo de alguém que não vê
mudamos tudo na tentativa de conseguir acertar em algo
mandamos as esperanças cuidar de nós
tentamos encontrar novos talentos
procuramos carinho num olhar desprovido de respeito
sem alento respiramos mais e mais fundo
inalamos o mal e o cuspir do artista que nos entalam à hora do jantar
batemos palmas ao mediocre que no rege
e acenamos que sim na rebelião do sofá
acomodamo-nos na fralda cheia por baixo de nós
dizendo que podia ser pior
sabendo que também podia ser melhor
é o dia a dia é o viver
onde estão os verdes anos?
onde está a vossa revolução?
Sem comentários:
Enviar um comentário